Aleatório e desconexo

Nem sei se é pelo fato de que acabo de ver Juno ou por estar ouvindo um antigo cd do Gorilaz, mas o que importa é que no momento estou me sentindo completamente humano. Não, não estou em um daqueles momentos sentimentais que vocês se acostumaram a acompanhar, só que enquanto escuto essa música quase eletrônica e penso num dos melhores filmes que já vi esse ano, me sinto como um ser humano normal e não como aquele garoto de dezoitos que acha que já viu tudo o que tinha para ver.
A verdade (a verdade desse momento) é que não vi nem metade do que deveria, só de pensar naquela garota normal grávida, mesmo que num país com melhores condições que o nosso, vejo que eu sou só alguém que se julga melhor que os outros ou que quer ser especial por algum motivo, porque quanto mais olho pra mim, mais vejo que, apesar de diferentes, somos todos iguais.

Pensem na quantidade significativa de pessoas que escrevem blogs contando suas vidas ou suas visões do que é o mundo. São muitas pessoas, são muitas baladas para contar, são muitos conselho para se dar em vão, são muitas novidades que já são velhas, são muitos namoros para chorar de frente desse amigo tão acolhedor chamado PC. O pior é que cada uma dessas pessoas, que escreve esses blogs, acha que realmente tem que relatar sua vida, contar um pouco de si, fazer um bem ao mundo contando o que é sofrer por um carinha ou dando sua visão (única) de algum assunto. Alguns são mais honestos do que eu e admitem que o fazem para se sentir melhor, como que limpar a mente do que acontece para não pirar.

Se eu olhar para trás agora, coisa que gosto muito de fazer, nem vou me lembrar porque criei o super nada. Não sou um grande cara, não tenho grandes idéias e nem grandes momentos, sou o que pode se chamar de normal. Mas toda vez que escrevo nessa minha “página pessoal” (esse termo se torna irônico cada vez que alguém lê o blog) sinto-me especial de alguma forma, assim como me sentia especial quando postava alguma foto nova no meu antigo flog, que hoje está morto. Fico me perguntando se vou pular de moda em moda só para me sentir especial.

Mas esse não é um post sobre mim, ou pelo menos não era para ser.

Sim acabei de ver Juno e como já disse: é o melhor filme que vi até agora, mas não me preocupo, porque vejo muitos filmes. Gostei de ver uma história de verdade. Estava preso demais a histórias mirabolantes com roubos de bancos, pessoas dando a volta em cassinos de luxo, pessoas indo ao espaço. Precisava ver um pouco da velha realidade fingida, porque o cinema existe para isso também: dar-nos uma realidade que não suportaríamos de forma tão fácil.

Como vejo os filmes no PC, terminei de ver Juno e achei que seria melhor escrever antes que a idéia fosse embora, ainda mais porque havia visto Swenney Todd antes e ainda irei ver Por um fio. Então fui a caça de uma boa trilha para escrever, mesmo que na verdade estivesse só na esperança de achar alguma pornografia jogada entre os CDs velhos, só que em vez de pornografia, acabei achando o cd do Gorilaz (aquele primeiro que tinha a musica Clint West Wood), que para a minha surpresa é menos experimental do que achava e mais depressivo do que julgava... (pequena pausa, minha mãe veio me falar mais verdades, são 23h51min, melhor eu abaixar o som, mesmo estando de fone de ouvido)... Perdi-me no que estava contando...

Enfim... hoje está sendo um dia muito estranho, estou percebendo coisas de mais para a minha cabeça e tenho mais idéias do que queria sobre o que não deveria escrever. Talvez só esteja fazendo esse post para desabafar e nem ao menos me dou ao luxo de questionar se ele vai ser mesmo postado algum dia. Quem sabe segunda seja um bom dia para falar o que está acontecendo hoje.

Um brinde é esse post que foi o mais aleatório e desconexo que já escreve até esse momento...

P.S. Atualizei o Contos, café, poesia com o texto Uma mulher para amar

10 Comentários:

Jaque disse...

Legal esse seu post com idéias aleatórias...

Eu tbm adorei Juno, bem real. A gente vê um fato comum nos dias de hoje, que faz pensar em muitos valores e tal.

Tô meio afastada de blog, mas sempre olho aqui. Bate uma vontade de escrever, mas... nada!

Beijo.

Anônimo disse...

pq no fim das contas, ninguém é normal.

e sim, precisamos de um amigo fiel como o PC.

Aleatório, desconexo, mas é SEU. morrer sem deixar vestígios é o aleatório da coisa.

E pq continuo lendo aqui?Pq é sincero...

=)

***

Alessandra Castro disse...

Eu sei como é...Ainda naum vi Juno mas sei lá, entendo esses dias em que a gente consegue se sentir em paz com nossa condição humana. Nascer, crescer, reproduzir e morrer neah? Enquanto o tempo passa a gente arruma uma horinha p/ escrever no blog tb. :D

PS: Sabe o que eu tava pensando? Ki naum tenho teu msn!! Add eu? eagcm7@hotmail.com

Tatiani disse...

Estou com a trilha do Juno aqui no pc. É muito fofo e muda mesmo a cabeça...

Desarranjo Sintético disse...

As vezes deixar a mente fluir aleatoreamente e passar todos os pensamentos para o papel/pc faz bem e muitas vezes capta histórias, idéias, pensamentos muito melhores ou aproveitáveis do que achamos que poderiam ser.

Escrever sempre é bom!

Abraços!

Fábio.

Marília Gehrke disse...

Oii Breno!
Bah, escrever no blog é uma espécie de alívio pra mente sim.. apesar de que eu, ultimamente, tenho só escrito para o Tudo de Blog, já que ando muitooo atordoada com aula, trabalho e mais um monte de coisa, tudo junto. Eu sempre tento postar mais mas me dá preguiça ;~... e quando penso em postar sobre a minha vida propriamente dita, penso: "será que a minha vida interessa pra alguém?" - aí já acho que ninguém vai ler e desisto, postando praticamente só sobre o que eu tenho uma opinião bem formada, dificilmente falando sobre a minha vida. Maas, cada um cada um (:
E eu também já tive meu tempo de flog.. era um vício estar nos top 10. hahahahaha quanta futilidade!
Mas enfim.. ainda não assisti Juno, mas quero assistir assim que der.
Beeijoo =*** muito bom teu post!!

Tânia N. disse...

Nós não assistimos Juno...deu até vontade!

Flávia Batista disse...

ainda n vi Juno, mas pelo trailler e pelas criticas q li parece ser um execlente filme.

Bjao

Anônimo disse...

Curioso. A maioria dos seus, digamos, fãs, são mulheres. Hum. Curioso.
E quanto a ser diferente, normal, igual, gaulês, teutão ou qualquer coisa, te garanto: ninguém é igual. Mesmo.
Tem gente que passa a vida toda tentando se convencer disso e te digo que é impossível. Cada um é um mar infinito de possibilidades e idéias, tal como um Tolkien, podemos criar mundos e universos.
Somos espelhos da existência, caro Breno. Ser insignificante é válido e confortável, mas ser humano é, inevitavelmente, ser grande.

Leo disse...

Posts aleatórios e desconexos são mais difíceis de serem comentados do que os não-aletórios e com nexos. [Eita, trocadilho horrível!]

Cara, eu não concordo com isso das pessoas serem iguais. Tudo bem que há blogueiros aos montes em cada esquina, mas olhe cada blog. Tirando aqueles extremamente superficiais que servem só como diários e nada mais, você perceberá como as pessoas são diferentes. Idéias diferentes, jeitos diferentes de se expressar e até coisas mais simples como os layouts variam pra caramba. E você mesmo disse que nós muitas vezes usamos o blog para expressar nossa visão ÚNICA sobre determinado assunto. Se a visão é única, ninguém mais a compartilha conosco, e isso é uma particularidade, uma DIFERENÇA.

Viva nós! E viva nossas diferenças também!

Até mais!