Garganta Profunda

Sei que falar de minha vida pessoal, faz desse blog só mais um lugar comum onde os jovens podem se afogar em seus anseios e perspectivas de uma vida sem sofrimento e Languidas horas de choro por terem tido algum tipo de desilusão amorosa ou coisas do tipo. Mas, acredito que de tempos em tempos, sou obrigado a fazer um pequeno relatório de minha vida, porque isso, de certa forma, ajudaria a outras pessoas. No caso eu lhes ensinaria com meus próprios erros e acertos. Muita pretensão, não acham?

Poderia começar esse post com mais confissões de um eu cruel que existiu em algum passado há muito perdido em minha mente doente, mas hoje (sábado, 16 de agosto de 2008), especialmente hoje, prefiro falar de coisas mais terrenas e trancar essas várias facetas que em mim residem, dentro de alguma caixa menor que a minha imaginação. Porque de certa forma, hoje (sim, irei repetir a palavra hoje várias vezes) tive um momento mais que terreno. Fui examinado. Pode parecer uma besteira, tanto faz, porém para eu ser examinado é porque estou próximo de deixar o plano dos mortais, só que não existe nada além disso. O exame foi bem simples, uma endoscopia, que pode ser literalmente descrito como um exame onde um médico (espero que não soe redundante) enfia um tubo pela sua goela a fim de poder visualizar melhor suas entranhas.

Não gosto de médicos assim como não gosto de hospitais, e para piorar, não gosto que enfiem coisas pela minha goela, mesmo que para o meu bem. Foi duro sentar naquele banco e esperar que a enfermeira dissesse “Paciente Breno”, sorte que ontem (sexta feira, 15 de agosto de 2008), fiz um favor a mim mesmo e comprei dois livros para ler enquanto esperava o tal do exame, que por sinal foi muito bem “recomendado” com frases como: “você nem vai sentir nada!”. O livro até que era bom, depois escreverei sobre ele.

Chegada a hora do boi se dirigir para o matadouro e é nessas horas que fico me perguntando como posso ser tão bobo de ficar criando situações imaginárias, porque sei que endoscopia é um procedimento muito comum, tanto que o único medicamento que é utilizado é um pequeno calmante e a xilocaina (velha conhecida minha) e além do mais, não é como tirar um rim defeituoso ou fazer um transplante de córnea. Eu sabia que iria para casa andando normal. Sabia que nada iria acontecer. Mas mesmo assim fiquei nervoso. Acho que não sou tão forte quanto gosto de passar e nem tão desesperado por cura como digo por ai. Só o que eu sei que deitar naquela maca não foi legal, receber a xilocaina na garganta foi pior ainda e mais doloroso foi ter um cateter enfiado na veia para que o calmante se espalhasse pelo meu corpo já tenso.

Tentei acreditar em cada palavra quando eles diziam que não ia doer, ou que eu não ia sentir. Como todas as vezes em que eu tive fé em alguém, me dei mal. Sim, doeu, nada que não possa ser suportado. Sim foi incomodo e ainda posso sentir a borracha negra na garganta. E tudo isso somente para ouvir de um homem de jaleco branco que eu tenho uma leve gastrite. Fiquei me perguntando: “Ué, mas cadê o câncer de estômago?”, “Onde está a doença sem cura, aquela que faria de mim um escritor motivado e ganhador de algum premio literário só concedido aos mais depressivos do ano?”. Mais uma vez fui iludido!

Tinha que haver uma compensação depois de toda aquela frustração. Então decidi que era o momento certo para tomar um sorvete (gordura hidrogenada) no McDonald´s, já que o sorvete é a droga dos frustrados, e eu era mais que isso, era um iludido. Só que hoje não é o meu dia, para minha infelicidade e estranheza capitalista, o McDonald´s se encontrava fechado. Sim, caros leitores, isso é completamente possível, os vampiros capitalistas que consomem a gordura dos porcos e a carne das minhocas, também podem fechar suas portas em um sábado lindo de sol.

Meu destino hoje se selou ao ponto de eu me resignar a escrever um post longo,
chato e melodramático, trancado em minha masmorra particular, só tendo meu querido computador e uns filmes que aluguei como companhia. Não tive o câncer que pedi e nem o sorvete que achei ser compensador.

Para dizer que não existe um lado bom em dias negros, posso dizer que comprei mais um manga de nome Nana. É uma manga shojo (afim de saber o que é? Procura no Google) que não tem muito haver comigo, mas consegui dar uma animada nesse que é dito como o dia em que eu deixei enfiarem uma coisa preta e grande na minha boca.
Melhor parar de escrever...

P.S: Atualizei o blog de contos também - Contos, café, poesia

14 Comentários:

Anônimo disse...

Medo de exames?Experimenta ser filha de enfermeira e não ter babá disponível no plantão da sua mãe!E pra facilitar a sua pose de "sou forte" leve seu irmão mais novo e explique o que é uma UTI e pq as pessoas estão chorando só pq os velhinhos estão dormindo com um canudinho na boca...

As coisas podem sempre ficar pior. Mas entendendo teu medo. Até hoje não tomei bezetacil e pretendo NUNCA tomar!!!!!! medos são medos, dá licença né?...
=)

Nana é perfeitoooo!!!!!!É muito muito bom!!!!!!!!Sou suspeita pra falar...vou parar por aqui...

ps: tente não ver como uma parada preta que o cara de jaleco branco enfiou goela abaixo. Foi apenas um ângulo diferente...

***

Tanmires Morais disse...

já eu não gosto muito de falar diretamente sobre mim, prefiro ser mais subjetiva, por isso muitas vezes escrevo em 3ª pessoa pra que o texto fique mais generalizado que pessoal (...)

aain, eu tbm não sou muito chegada a hospitais :X =S

mas que bom que esses 'dias negros' passam e tem um lado positivo, que nem você disse.

, beeijo:*

PS: tem post novo.

Anônimo disse...

Pois é, que bom que você não têm câncer. Frustrante é ter câncer, saber que se vai morrer e continuar sendo medíocre. É uma sensação imensa da injustiça da existência.
Não é o meu caso, by the way.
E podia ser bem pior. Podia ser uma colunoscopia.

Alessandra Castro disse...

Má e quem naum tem medo de exames ou angustia de hospital meu deols? Se eu tou em casa fazendo manha por algum inicio de gripe ou algo do tipow, basta meu pai me dizer que vai me levar para o plantão p/ tomar injeção que fico boua na mesma hora.

Adorei a opção do sorvete. Eu particulamente acho que preferia uma torta. :D

Tanmires Morais disse...

nossaa breno, obrigada! :D

vai ser uma honra ter o meu poema na sua parede junto com tantos outros que você gosta e considera muito bons (...)

, até porque sou apenas uma simples amadora ;#

, beeijo:*

Anônimo disse...

Eu gosto de ver blogs onde as pessoas não tem medo de contar os seus "segredos e seus dilemas", gosto desse charme especial.

Eu não gosto de clima de hospital, mas á quem goste? Acho que não.

beijos

Anônimo disse...

Eu não gsoto de clima de hospital, mas há quem goste? hehehe!!

Anônimo disse...

eu vou ao hospital quando tenho q ter algum baque para acorda p a vida

beijus moço... tudo de bom p vc!

Jaque disse...

Médico, dentista... detesto.
Bom, como falaram aqui, ainda bem que vc tem apenas uma leve gastrite.

Beijo.

Leo disse...

Eu também tenho medicofobia e hospitalfobia. Graças a Deus nunca precisei fazer endoscopia. Pra falar verdade, nem exame de sangue eu faço direito... De hospital eu passo longe. Muito longe. Minha saúde vai bem, obrigado.

O livro ao qual você se referiu no post é o "Fantasma de Manhattan"?

Até mais!

Desarranjo Sintético disse...

Isso prova que quase todo mundo tem pavor de hospitais, injeções (com essa tal campanha da rubéola, o que eu vejo de marmanjo de 16 a 39 anos com medo de ir tomar a tal injeção...tá, eu também não gosto, detesto, tenho pavou de injeção, mas felizmente não é um medo que não me permita fazer as coisas, pelo contrário, vou lá e faço de uma vez, ao contrário de quem deixa estar morrendo de dor para suportar a dor de ver um médico...acho isso prejudicial mas existe masi do que eu gostaria...acho até que a grande maioria é assim) e afins...
Quer dizer que te enfiaram um troço negro- ops, eu quis dizer afrodescendente, goela abaixo?? Sinceramente pelo que sempre ouço de endoscopias existem pessoas que ficam passando mau até 2 dias depois e outra que saem tranquilas de lá, porque é realmente uma coisa incômoda!
E prova também que nessas horas sempre pensamos o pior. Que claro, nunca ajuda em nada. E acho que você pode muito bem ser um escritor famoso sem -Que os deuses te livrem- nenhum câncer.
Você quis escrever mangá, né? Eu fiquei pensando que era manga-a fruta, que eu detesto a normal, imagina essa tal outra qualidade shojo...hauhauhau. Mas eu vi o que são os mangás...
O que? Um centro de exploração capitalista norte americano fechado? É um milagre! Da próxima não desista, para isso existem BOB's e Burguer King's ahuahuahuaua! Em último caso tá valendo até mesmo o litro do mercado!!! Não sei se é a droga do iludido, porqeu iludido ou não eu vivo comendo!

Abraços

Fábio.

Desarranjo Sintético disse...

Joy Division no telefone! Uau!! Rsrs.

Maicon disse...

Pô véio, pra falar a verdade tem certas vezes que prefiro ficar em casa tomando um café, fumando um cigarro e lendo um bom livro, ou talvez um nem tão bom assim.

VLw

Tatiani disse...

Ah... Médico não dá medo. O medo que dá, está em ficar imaginando as doenças e tudo que um podemos ter..

=]