Conto: "O Diário de Yan Vernoff"


Começando mais um pequeno projeto aqui no blog, porém esse não será com post consecutivos. Irei postar sempre que escrever sobre, pois escrever um conto sem ter vontade é foda, e pior ainda é escrever um conto em partes sem ter saco para escrever cada parte em cada semana que me resta nesse lindo mundo azul chamado Terra (esqueçam a parte da poluição).

O projeto é um conto, que na verdade não passa de um diário (em?!?!) escrito por um trabalhador da antiga União Soviética (sim! eu devaneio constantemente). Espero que meus queridos leitores gostem...


"existem certas coisas que não devem ser começadas, pois não teremos tempo para termina-las. No caso: esse diário se classifica como uma dessas "coisas", cujo fim não é previsto e nem esperado. Mas mesmo assim, em um momento de rebeldia, acho eu; comecei a escrever. E sei também que esse não é o melhor modo de começar. Eu deveria, primeiramente, dizer em que dia estamos, mas não vou dizer, pois como já constatei acima: estou em um momento de rebeldia.

Como esse é o primeiro diário que escrevo, não sei o que devo fazer, sei apenas o que posso fazer e coo é o meu diário, creio que tenho plenos poderes e faço o que bem entender.

Bom...A raiva é grande, então acho melhor dizer o que me motiva a escrever e a não estar trabalhando, que deveria ser a minha verdadeira prioridade no momento. Pois digo que é a raiva ao cotidiano e a burocracia, que me trazem até aqui com o ofício de escritor de diários, afinal de contas tenho medo de morrer por culpa deles, já que sei que eles (o cotidiano e a burocracia) podem matar. Notem que afirmo que o medo cria a raiva.

A titulo de melhor entendimento, me vejo na obrigação de explicar o/a meu/minha medo/raiva a esses elementos desagradáveis. Então: eu moro e trabalho na grande terra da União Soviética. Sou um oficial do governo, mas precisamente um escrivão. Basicamente passo meus dias atrás de uma mesa, escrevendo documentos e dando baixa em outros tantos documentos. É realmente um trabalho horrível, e eu não estudei para isso. Quando era mais novo queria ser embaixador. Cheguei a fazer alguns contatos, mas nunca fui indicado, pois não tenho grandes conhecidos nas forças armadas, que ainda são as donas e donos dessa nação mesmo depois de anos de socialismo. Devo estar parecendo um bebe chorão, que vive a reclamar das coisas que tem, mas sei que não sou assim e só reclamo quando preciso. E já faz algum tempo que é preciso chorar. Retornando a minha explicação sobre o medo (ou seria raiva?) do cotidiano burocrático: as horas em que passo sentado na minha mesa, me mostram que não existe justiça nem entre os comuns (os pobres), pois eles quando querem algo se matam como os especiais (os ricos). E para dar corda a essa loucura em pela Nação soviética, o governo cria normas e leis que parecem favorecer só a eles e a mais ninguém, criando uma burocracia que acaba por paralisar ainda mais tudo a minha volta. Concluído. É dai que vem a minha raiva (ou seria medo?!) da burocracia cotidiana.

Como não sei se escreverei novamente nesse caderno, a que teimo em chamar de diário, vou terminar essa página com um ponto final, mas por favor, quem o ler no futuro o considere uma reticencia, afim de haver mais coerência com os próximos escritos."

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